A capa de um livro é capaz de levar as pessoas a comprá-lo? Não sei. Mas é capaz de atrair leitores para dar uma olhada e, quem sabe, alguns comprarão o livro? Sim, posso afirmar.
A capa – e o título – precisam traduzir, mesmo que de forma não literal, o que é o livro. Aliás, é melhor que não seja literal, do contrário, pode ficar “tosco”.
Vejam a capa do já clássico “Crepúsculo”, de Stephenie Meyer:
Imaginem se a capa deste livro ostentasse a figura de vampiros se beijando, etc. Tosqueira. A capa de “Crepúsculo” (original da edição estadunidense), além de bela, é uma imagem instigante e intrigante que contém os elementos da história do livro: o fundo negro representa as trevas onde vivem os vampiros; os braços branco representam a virgindade de Bella; a maçã vermelha, o sangue que alimenta os vampiros, assim como o amor e o desejo que vai unir os protagonistas.
Não vou dar exemplo de capa feia/errada, para não magoar quaisquer autores e editores. Mas, de modo geral, a capa deve ser: Linda e impactante e traduzir de alguma forma o conteúdo do livro, sem ser literal – isso é uma arte.
O título precisa vir bem destacado e o nome do autor também. Se puder escrever em algum lugar o gênero do livro (romance, conto, crônica, poesia), ajuda o leitor a entender do que se trata.
Cuidado para não poluir a capa com imagens e frases. Isso confunde o leitor. Lembre-se de que a capa ficará em meio a dezenas de outras nos sites de venda de livros (marketplace) e precisa ter fácil leitura e identificação. Na contracapa pode vir um trecho (curto) impactante da obra.
A aula “A capa do livro” faz parte do curso “Publique seu livro” dado regularmente n'A Capivara Cultural, escola de cursos online com sede em São Paulo. São quatro aulas ao vivo ministradas pela agente literária Valéria Martins. A escola fornece certificado de conclusão.
Inspirações para pensar a capa do seu livro
Buscando referências e inspirações para começar a pensar a capa do seu livro? Fizemos um post com algumas capas bonitas e funcionais. Confira:
Aventuras de um poeta no mundo acadêmico estadunidense.
O poeta brasileiro Salgado Maranhão é um dos poucos que conseguiu reconhecimento no exterior. Sua obra foi descoberta e é valorizada pelos que estudam a literatura e a poesia brasileiras em universidades dos Estados Unidos. Parabéns para ele, que nasceu em uma casinha de sapê no interior do estado de seu sobrenome e aos nove anos já trabalhava na lavoura. Só foi alfabetizado aos 15!
Reproduzimos aqui parte da mensagem enviada à agente literária Valéria Martins, da Oasys Cultural.
Nesta semana, aqui em Washington, prestei um longo depoimento sobre a minha vida e trajetória literária, para a Biblioteca do Congresso Americano, fazendo companhia aos poetas Octavio Paz, Pablo Neruda, Jorge Luis Borges e aos brasileiros Manuel Bandeira, Carlos Drummond e Vinicius de Moraes que, me antecederam.
A história da mais importante biblioteca dos Estados Unidos, onde se concentra um acervo gigantesco de livros, revistas, jornais e documentos do mundo inteiro, e onde servem mais de três mil funcionários, remonta ao século dezoito e à biblioteca particular de Thomas Jefferson (1743-1826), terceiro presidente dos Estados Unidos e principal autor da declaração de independência dos Estados Unidos, que lhe deu origem.
Não é difícil imaginar como me senti diante desse imenso complexo. Eu, que nasci numa casa de sapê sem livros; eu, que aos nove já trabalhava na lavoura; eu, que cheguei a Teresina (PI) aos 15, analfabeto; aquele que roubava tempo ao trabalho para ler Camões, Gonçalves Dias, Fernando Pessoa e Manuel Bandeira.
Eu que, meio século depois, fui recebido com honras pela diretora do setor de Línguas Latinas, onde só dois brasileiros estão gravados na estrutura da sala imponente: o pintor modernista Cândido Portinari (com quatro belíssimos painéis) e o poeta romântico maranhense, Antônio Gonçalves Dias (no alto da parede ao lado de Cervantes).

No correr desta oitava liguem literária pelo mundo acadêmico dos Estados Unidos, na companhia do meu tradutor Alexis Levitin, muitos momentos foram de grande comoção afetiva, como o da recepção no departamento de Literatura Brasileira, na riquíssima University of Virgínia, quando trouxeram até caruaru e vatapá para agradar ao poeta do Brasil.
O valor simbólico do que me aconteceu na famosa biblioteca norte-americana tem um sabor inesquecível, porque confirma o sonho do menino pobre do sertão que usava canetas de gravetos no bolso remendado.
Salgado Maranhão – Washington, 5 de abril de 2023.
Prêmio Camões
Paulina Chiziane e a descolonização da língua portuguesa.
A escritora moçambicana Paulina Chiziane recebeu no dia 5 de maio o seu Prêmio Camões, anunciado em 2021. A cerimônia foi realizada em Lisboa e em seu discurso a autora falou sobre a "descolonização da língua portuguesa".
Após citar alguns exemplos de palavras definidas no dicionário de forma diferente dos seus usos correntes – como "matriarcado", que aparece como "costume tribal africano" –, de acordo com o jornal português Diário de Notícias, ela disse:
"a língua portuguesa para ser nossa precisa de um tratamento, de uma limpeza, de uma descolonização"
Vinda "de lugar nenhum", onde "aprendeu a escrever na areia do chão" e usou "o primeiro par de sapatos com 10 anos", a escritora disse estar "muito feliz" por receber o Prêmio Camões, "um prémio tão importante, exatamente no Dia Mundial da Língua Portuguesa".
Paulina Chiziane foi a primeira mulher africana a vencer o prêmio e é hoje uma das vozes da ficção africana mais conhecida internacionalmente. O próximo livro de sua autoria a chegar às livrarias é “Ventos do apocalipse” (Companhia das Letras).
Matéria completa no PublishNews.
Concurso literário
Prêmio OEI de Contos sobre Ciência e Tecnologia:
O novo prêmio literário, com inscrições gratuitas abertas até 31 de agosto, é produzido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e tem como jurados os escritores brasileiros Joca Reiners Terron e Verônica Stigger, e o escritor português João Tordo.
Qualquer história ficção científica caberá dentro do tema do prêmio, mas também serão aceitas distopias, terror, fantasia e qualquer outro tipo de conto que contenha aspectos ligados à ciência e/ou à tecnologia. Os trabalhos devem ser inéditos. Mais informações e inscrições aqui.
Bienal do Livro 2023
A Bienal do Livro Rio de Janeiro completa 40 anos em 2023. O evento acontece de 1º a 10 de setembro nos pavilhões do Riocentro, em Jacarepaguá, e esse ano traz as estrelas internacionais Julia Quinn e Cassandra Clare, entre outras ainda a serem confirmadas.
A nova identidade visual foi criada pela agência Dupla Design e dialoga com o conceito do festival: a capacidade humana de sentir e se emocionar em meio às experiências tecnológicas, digitais e ditadas pela inteligência artificial, e a memória afetiva que advém do contato com o livro.
Conversa com a editora
Batemos um papo com uma das maiores e mais premiadas editoras do Brasil, Maria Amélia Mello, se ainda não leu, aproveite para ler essa entrevista agora.
Escritores da Oasys
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