Dar nomes aos personagens é tarefa sutil e pode demorar até encontrar o nome que vai encaixar com determinada pessoa, seu jeito de ser, pensar, sentir e se comportar. É como batizar um adulto.
Às vezes, o personagem surge com um nome, mas ao longo da trama sua personalidade ganha novos matizes e o nome inicial não “bate”. É preciso mudar. Mas como escolher?
Primeiro lugar, devemos lembrar que, na vida real, muitas pessoas atendem por apelidos. E que o Brasil é pródigo em nomes e sobrenomes esdrúxulos: Um Dois Três de Oliveira Quatro, Jesus do Espírito Santo Amém, Dr. Fernando Pinto Bravo (é proctologista e tem consultório em Botafogo/RJ) etc.
Segundo, é preciso manter olhos e ouvidos abertos para o mundo ao redor. Desgrudar das telas e observar/ouvir as pessoas na rua, no metrô, na condução, nas festas. Nomes, sobrenomes e apelidos estão em toda parte, daí podem vir ideias.
Terceiro, ler bastante. Jorge Amado e os grandes do realismo fantástico da Literatura Latino-Americana nomeavam seus personagens como ninguém.
O novo livro que estou escrevendo, um romance, traz uma personagem secundária baixinha, morena, rechonchuda, casada, mas pula a cerca geral. Tem história de vida triste, fez do limão uma caipirinha e faz graça para não chorar. Uma sobrevivente. Essa personagem nasceu Verinha, mas o desenrolar da trama deixou claro que não podia ser chamada no diminutivo. Vera tampouco combinava (ainda bem, pois é o título do novo romance do José Falero). Somente na sétima revisão decidi que deveria se chamar Rose, de Rosemary. Aí sim.
Prêmio Cepe de Literatura com inscrições abertas
A Companhia Editora de Pernambuco – que produz o Suplemento Literário de Pernambuco e a Revista Continente, recentemente premiada por sua contribuição para a cultura nacional – está com inscrições abertas para obras inéditas nas categorias Romance, Conto, Poesia, Infantil e Infantojuvenil até 4 de janeiro de 2025. Os vencedores serão divulgados até 31 de julho e cada um receberá R$ 20 mil, além de ter a obra publicada pela Cepe Editora. Inscrições aqui.
“O livro dos afetos”, de Marília Arnaud, publicado nos Estados Unidos
“O livro dos afetos” (Ed. 7Letras, 2005), volume de contos de Marília Arnaud, foi publicado pela Columbia University Press (EUA) em julho deste ano, graças aos esforços da tradutora Ilze Duarte, apaixonada pela obra da Marília. Os Estados Unidos são um mercado desafiador para escritores de língua portuguesa, onde apenas 8% das publicações são traduções e a língua hispânica predomina. Oasys Cultural promoveu uma conversa entre autora e tradutora em seu canal – “Quando uma tradutora se apaixona”. Assista aqui.
O uso da alegoria para falar da realidade
Alegoria (do grego "allegoría": “dizer o outro”) é um conceito filosófico utilizado em diversas artes que significa "o ato de falar sobre outra coisa". Na literatura, significa usar a ficção para falar da realidade ou de questões universais.
Convidamos Alexandre Gossn, autor do romance satírico "Santo Adamastor vol. I, II e III" (Ed. Autografia) e Elton Frederick, autor de "A vida breve dos cães" (Ed. Mondru) – romance semifinalista do Prêmio Jabuti 2024 – para conversar sobre o tema com base em seus livros. Mediação: Valéria Martins
Dia 4 de dezembro, quarta-feira, 19h, no canal da Oasys Cultural no YouTube:
Para entender a importância da Lei Cortez
Todos que trabalham com livros no Brasil são favoráveis à Lei Cortez, que será votada em breve pelo Congresso Nacional. Essa lei vigora em países como Alemanha, Argentina, Itália, entre outros, e limita os descontos em livros recém-lançados. Isso protege o mercado e valoriza o trabalho dos escritores. Para entender direitinho, Oasys Cultural recomenda a leitura deste artigo de Mara Cortez, diretora-presidente da Cortez Editora, publicado no PublishNews, o portal de notícias do mercado editorial. Leia aqui.
Como funciona a remuneração dos escritores
A propósito da Lei Cortez, é bom saber como ela pode melhorar a vida de quem escreve.
Preconceito contra si
“Quais são suas leituras?”
“Ah, eu leio basicamente os clássicos. Os russos, por exemplo, nada se iguala a eles…”
Toda hora chega gente na Oasys querendo ser publicada e lida, mas não compram, nem lêem, livros de escritores brasileiros contemporâneos. Não pode ter preconceito contra si mesmo(a)! Assista ao vídeo para entender esse enigma e iniciar a mudança ainda hoje!
Escritores Oasys para Feiras de Livros
Um dos braços da Oasys Cultural é o agenciamento para feiras de livros. Este serviço funciona para escritores já publicados e com nome estabelecido no mercado. Dois novos clientes acabam de chegar. Clique no post para conhecê-los.
Escritores da Oasys
Conheça Roberta Lahmeyer e suas obras:
Conheça Rodrigo Andrigheto e suas obras:
Até a próxima!
Com carinho,
Valéria Martins | Agente Literária da Oasys Cultural
Tem um personagem interessante num livro da Zadie Smith. Ele é brasileiro e o nome é Fernando Carrapichano. Onde ela foi buscar esse sobrenome? Heheeh
Que descrição maravilhosa do conceito de alegoria.