Inteligência artificial e os livros
O que a agente literária pensa sobre textos avaliados e corrigidos por IAs
“Submeti meu texto a três IAs diferentes e os todos os pareceres foram ótimos”.
“Submeti meu texto à IA e ela gostou tanto que escreveu um prefácio para o meu livro, aqui está”.
“Ouvi dizer que as IAs estão sendo reprogramadas para não serem tão condescendentes com suas opiniões sobre as obras que recebem”.
Começam a chegar na Oasys Cultural autores que se apresentam dessa maneira. Tudo bem: cada um faz o que quer em um mundo onde a arte e a informação estão cada vez mais pulverizadas. Mas imaginar que isso abrirá portas no mercado editorial ou ajudará que seja publicado por uma editora tradicional pode ser um engano. Vejamos:
Saiba que, ao subir o arquivo com seu texto numa plataforma de IA, você está entregando de mãos beijadas seu rico e suado trabalho para ajudá-la a se aperfeiçoar. E que existem processos na justiça internacional contra as big techs pelo roubo de milhares de livros – sem pagar um centavo de direitos autorais aos seus autores – com a finalidade de programação. Sugiro fazer uma busca na rede e se informar antes de tomar essa decisão.
Saiba que ChatGPT, Copilot ou Gemini nos seduzem pela aparente capacidade de pensar mas, na verdade, não possuem raciocínio lógico, compreensão de conceitos, nem consciência. São sistemas que reconhecem padrões de linguagem, sem de fato compreenderem o que dizem. Leiam o artigo completo do Professor Paulo Ivson Netto Santos, do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em The Conversation, portal de divulgação científica que vale a pena assinar (é gratuito).
IAs são capazes de corrigir um texto. Não da mesma forma que um revisor profissional faria, mas eliminar erros grosseiros, sim. Porém, elas não são capazes de transformar um livro ruim – história mal contada, personagens fracos – em algo bom.
É certo que as IAs estão em constante aprendizado e que em algum momento serão capazes de escrever boas histórias no lugar dos escritores. Mas isso trará realização a alguém que gosta de escrever desde criança e que almeja alcançar reconhecimento com a sua arte?
Essa é uma primeira conversa sobre o tema das IAs. Haverá outras. É certo que vão revolucionar o mundo – este mundo que já vive tão acelerado em revoluções por minuto. Vamos precisar de serenidade e discernimento para manter a sanidade – e para criar algo verdadeiramente genuíno, que espelhe nossos corações e mentes, e que seja digno de se chamar arte, a nossa arte.

Oasys Cultural n´A Feira do Livro
A Feira do Livro entrou para o Calendário Oficial da Cidade de São Paulo, o que a confirma como um dos principais eventos literários do país ao lado da Bienal do RJ e de SP e da Flip. Oasys Cultural esteve presente acompanhando seus clientes Katia Kreutz, autora do romance de ficção científica “O mundo sem eles” (Ed. Litteralux); Ugo Giorgetti, cineasta e escritor, autor do volume de contos e crônicas “Era uma vez o futebol” (Quimera Selo Editorial); e Vasco Santos, autor do livro de ensaios filosóficos “Histórias de folgados e fiéis” (Ipê das Letras).

Na mesa “Pelo buraco da fechadura”, Ugo Giorgetti conversou com Mário Prata sobre crônicas, cinema e futebol em um bate-papo cheio de “causos” que arrebatou a plateia. O mediador Paulo Werneck – editor da Revista QuatroCincoUm e realizador d´A Feira do Livro” – elogiou “Era uma vez o futebol” pelo conteúdo saboroso e pela qualidade da edição. Assista a íntegra aqui (a partir de 21 minutos):
Inauguração de mural em homenagem a Ziraldo na Bienal do Livro do Rio
Um mural permanente em homenagem ao escritor e ilustrador Ziraldo foi inaugurado na entrada da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Uma enorme parede e um túnel entre dois pavilhões do centro de convenções Riocentro foram cobertos com ilustrações originais mantidas pelo Instituto Ziraldo, e reproduzidas pelo artista urbano Gardpam. A agente literária Valéria Martins foi convidada para a cerimônia de inauguração conduzida por Adriana Lins, sobrinha do artista e diretora do Instituto Ziraldo. Assista ao vídeo para saber como foi:
Escrever ficção científica no Brasil
Escrever ficção científica no Brasil é tarefa para os fortes, pois significa concorrer com clássicos consagrados como Arthur C. Clarke, Carl Sagan, Isaac Asimov entre outros. Alguns corajosos assumem o risco, como a jornalista e roteirista de cinema Katia Kreutz, autora de “O mundo sem eles” (Ed. Litteralux), e Bráulio Tavares, poeta, romancista, roteirista autor de “Mundo fantasmo” e “A espinha dorsal da memória” (Ed. Bandeirola). Assistam à conversa com os escritores no canal da Oasys no YouTube nesta terça-feira, 24 de junho, 19h30. Mediação: Valéria Martins
Escritoras e defensoras públicas
Trabalhar problemas humanos pode dar um estofo maior e mais consistente para quem escreve literatura. Oasys Cultural convidou as escritoras e defensoras públicas Shelley Maia, com seu romance de estreia “Pela metade” (Ed. Litteralux), e Maria Fernanda Elias Maglio, autora de “Enfim, imperatriz” (Ed. Pautá, Prêmio Jabuti Melhor Livro de contos 2018), “179.resistência” (Ed. Patuá, Prêmio Biblioteca Nacional, 2020), entre outros, para contar como a profissão influi na ficção. O papo acontece no canal da Oasys no YouTube dia 1º de julho, terça-feira, 19h. Mediação: Valéria Martins.
200 mil caracteres
Pingue-pongue com Luana Gomes, Benditos Livros
Escritores da Oasys
Conheça Lara Haje:
Até a próxima!
Com carinho,
Valéria Martins | Agente Literária da Oasys Cultural