Como é a vida de um editor, a pessoa capaz de dizer sim ou não para qualquer livro que bata à sua porta? O que faz com goste das primeiras páginas e leia um livro até o fim? Como funciona a análise de originais? Qual o papel do autor ou autora na divulgação da própria obra? Como escolher a melhor capa e até a qualidade do papel para um livro? O que torna um livro “bom” ou “ruim”?
Essas e outras questões são explanadas saborosamente no volume de memórias “O primeiro leitor”, de Luiz Schwarcz, fundador da Companhia das Letras em 1986. Após publicar duas coletâneas de contos, dois infantis e um livro de não-ficção sobre o fato de ter depressão bipolar leve, entregou ao público a obra definitiva em que narra sua trajetória profissional – a chegada “por acaso” no mundo editorial “onde entrei sem saber nada acerca dos livros, a não ser que os amava e que sem eles não saberia viver” –; a relação com famosos como Rubem Fonseca, Jô Soares, Susan Sontag, Amos Oz, Salman Rushdie; a experiência acumulada em quase 40 anos à frente de uma das maiores editoras brasileiras – multinacional, desde que, em 2018, a Penguin Random House, maior grupo editorial do mundo, adquiriu 70% de sua participação.
Melhor que falar sobre, reproduzo aqui alguns trechos:
“Não há nada mais importante na vida de um editor que a descoberta de um novo talento literário. É nesse momento que contribuímos ativamente para a cultura do país”.
“O primeiro trabalho do editor que lê um original é avaliar se o que une o texto faz sentido, se há coerência, se o resultado tem integridade, como devem ter na vida as pessoas e as instituições. Um livro que continua sendo uma junção de fragmentos, e não ganha um sentido mais geral, não merece o nome de livro”.
“Atualmente, nos Estados Unidos, um escritor que não tenha plataforma social para falar sobre o seu trabalho talvez nem consiga ser publicado por uma editora respeitada”.
“Sabe-se que com a diminuição do contraste entre papel e tinta os olhos descansam mais durante a leitura”.
“Se, por vezes, os editores sabem dizer se um livro é bom lendo apenas sua abertura, outro desafio de um profissional da área é avaliar se um texto termina bem”.
“Há livros que necessitam de surpresas, no entanto, elas precisam ter alguma base, por mais espetaculares que procurem ser. (...) Caso contrário, é no meio ou no final do livro que o contrato entre autor e leitor, do qual falamos, se quebra”.
“O primeiro leitor” é uma joia. Todos que amam ler e escrever e querem ser publicados vão se beneficiar. O escritor João Gilberto Noll – cuja obra a Oasys Cultural tem a honra de representar – é citado duas vezes. A penca de agradecimentos no final indica a quantidade de leituras e ajustes pelos quais o texto passou antes de chegar aos nossos olhos. Isso quer dizer que, até mesmo para um editor experiente, escrever bem pode ser difícil e desafiador. Ao criar sua editora, Luiz Schwarcz já era formado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. É possível que isso tenha contribuído para o sucesso do seu empreendimento.
Para saber mais:
Luiz Schwarcz no Roda Viva:
Entrevista ao PublishNews: Leia aqui
Uma conversa com o editor na Comunidade Seiva: Leia aqui.
Lançamento no Rio de Janeiro – “Sobre você” (Ed. Litteralux)
Dia 10 de julho, quinta-feira, 19h, na Livraria Janela do Shopping da Gávea, acontece a noite de autógrafos de “Sobre você” (Ed. Litteralux), novo romance de Jardel Amaral. Além de nos prender pela emoção – justamente pela voz desapaixonada do narrador –, a obra tem valor sociológico pois mostra a pobreza endêmica de um Brasil não muito distante, ao narrar a história de Joel desde a infância carente até se tornar médico. O próprio Jardel é médico e segue a tradição dos bons médicos escritores como o brasileiro Moacyr Scliar e o russo Anton Tchecov. Vamos lá pegar nosso autógrafo e dar um abraço no autor! Evento aberto e gratuito.
Para aprimorar ainda mais a arte da escrita
Duas conversas ao vivo, gravadas no canal da Oasys Cultural no YouTube, trazem dicas preciosas para quem quer escrever mais e melhor. Numa delas o escritor, poeta e roteirista Bráulio Tavares dá dicas preciosas sobre como ajudar a imaginação ao escrever uma cena. Assista aqui.
Em outra, Maria Fernanda Elias Maglio, que publicou o primeiro livro pela Ed. Patuá em 2017, na sequência ganhou o Prêmio Jabuti e o Prêmio Biblioteca Nacional, e acaba de assinar contrato com a Todavia Livros, faz uma recomendação especial àqueles que desejam ser escritores. Assistam e se inscrevam no canal para fortalecer a Literatura Brasileira. Assista aqui.

Oasys Cultural n´A Feira do Livro
Não quero ganhar dinheiro com isso
Escritores da Oasys
Conheça Jardel Amaral
Até a próxima!
Com carinho,
Valéria Martins | Agente Literária da Oasys Cultural