Chico Buarque nunca foi a Budapeste para escrever seu romance “Budapeste” (Ed. Companhia das Letras). Ele imaginou tudo e desenvolveu a história com base na sua imaginação – e na premissa que todo escritor/escritora/escritore é “deus”: em capacidade de criar e destruir o que quiser. Liberdade total.
Alguns escritores, porém, gostam de fazer pesquisa. Significa visitar lugares, buscar registros históricos, para nortear seus escritos.
, autor de “Gótico nordestino” (Ed. Alfaguara), descreveu em seu substack, “Linguagem guilhotina”, uma viagem ao Cariri paraibano, cenário de seu próximo livro.O romance “Amada” (Ed. Companhia das Letras), de Toni Morrison – primeira mulher preta a receber o Prêmio Nobel pelo conjunto de sua obra –, é baseado em uma notícia de jornal, da época da escravidão nos Estados Unidos. Uma mãe escravizada, ao ser caçada e encontrada, num ato de desespero, corta o pescoço do próprio filho, um bebê de colo, na lâmina de uma serraria, para evitar que crescesse nas mesmas condições.
Sugiro que leiam “Amada” para ver como Mrs. Morisson desenvolveu essa história.
No fim de novembro, voltei ao sul da Bahia – onde estive pela primeira vez em 1988 – para pesquisar para meu novo romance. A trama se passa, em grande parte, em uma aldeia indígena. A ideia inicial era uma aldeia na Amazônia, mas eu nunca fui à Amazônia e sei que é uma viagem cara. Puxei pela memória e lembrei da experiência com indígenas Pataxós em Caraíva. Eles traziam mercadoria para vender, trocávamos por nossas roupas. Meu amigo e companheiro de viagem, Ricardo Hanzmann, disse:
“Poxa, Valéria, acho que esses indígenas levaram vantagem, ficamos quase pelados”.
As colheres de pau-brasil que troquei com eles estão inteiras até hoje e tem uso constante na minha cozinha.
As pessoas, de modo geral, quando pensam em cultura indígena, visualizam os povos amazônicos. Mas é preciso lembrar que o Brasil inteiro foi povoado por indígenas de diferentes etnias, línguas etc. Fiz minha opção por retratar em minha obra, uma aldeia Pataxó da região de Caraíva-Corumbau. E para lá eu fui.
(continua na próxima edição – 28 de Janeiro)
Leituras no Oasys volta em fevereiro
Em fevereiro teremos Leituras no Oasys, o clube de leitura da Oasys Cultural. Vamos ler “Dilúvio das almas” (Ed. Todavia), de Tito Leite, escritor cearense, mestre em Filosofia, ex-monge beneditino. O livro conta a história de um homem que, após muitos anos morando em São Paulo, volta a sua cidade natal. Questões e problemas se apresentam nesse caminho contrário dos que saem em busca de melhores oportunidades. O clube acontece às segundas feiras 3, 10, 17, e 24 de fevereiro – 20h às 21h –, online. Nos três primeiros encontros, lemos em voz alta, nos revezando. No quarto e último, o autor vem conversar conosco, ao vivo, também online. É muito rico e prazeroso. Taxa única, simbólica, de 30 reais. Escreva para oasyscontato@gmail.com e venha ler com a gente.
Prêmio Leya
O Prêmio LeYa 2025, para romances literários inéditos, tem inscrições abertas até 30 de abril. A premiação revelou Itamar Vieira Jr. e “Torto arado” em 2018. A recompensa é o valor de 50 mil euros e a publicação pelo grupo editorial Leya, um dos maiores de Portugal. Outros brasileiros já ganharam, como Celso Costa com “A arte de driblar destinos” e Victor Vidal com “Não há pássaros aqui, de Victor Vidal”. Regulamento e inscrições aqui.
Prêmio Todavia de Não-ficção
A quarta edição do prêmio criado da editora de Itamar Vieira Jr. é voltada para biografias. Mas atenção ao recorte: “O objetivo desta edição do Prêmio Todavia de Não Ficção é (...) um convite para revisitarmos ou conhecermos outras vidas brasileiras — negras, indígenas, pardas, queer, silenciadas — largamente excluídas da história oficial.” O mundo mudou e o interesse atual é pela diversidade. Quem tiver texto nessas condições, pode ler o regulamento e fazer sua inscrição até 30 de abril.
Quero que façam por mim
Delegar o que não gostamos ou não temos familiaridade para outras pessoas fazerem pode parecer confortável, mas, desse jeito, os resultados fogem ao nosso controle e podem ser diferentes do que esperávamos. É necessário SABER para delegar. ssista ao vídeo com a agente e ouça o que ela tem a dizer.
Leitura Sensível
Se você escreve sobre pessoas e ambientes aos quais não pertence, é necessário contratar uma leitura sensível de seu livro - para evitar “pagar mico” ou ser cancelado(a). Assista ao vídeo da Valéria Martins para saber mais.
O que a Oasys pode fazer por você
A agência literária Oasys Cultural tem a missão de apoiar e orientar escritores em todas as etapas da sua carreira.Clique no post abaixo para o lado para conhecer alguns dos nossos serviços e visite nosso site.
Até a próxima!
Com carinho,
Valéria Martins | Agente Literária da Oasys Cultural